Diz-me a
Amélia que “quando pões uma coisa na cabeça, tens de concretizá-la!”. E foi o que
aconteceu com a WestlandMarathon. No
ínicio deste ano, vi a informação sobre a WestlandMarathon, e fiquei por um
lado muito entusiasmado, e pelo outro algo céptico porque se realizava 5
semanas após a Maratona de Roterdão. Os ingredientes eram interessantes para
participar, mas fazer duas maratonas em tão pouco espaço de tempo, era coisa
que eu tinha de organizar e preparar. Deixei que a minha decisão final fosse
tomada após a Maratona de Roterdão, pois tudo dependia de como iria me sentir.
A WestlandMarathon ( ou seja a Maratona do Oeste) é uma das mais antigas maratonas da Holanda. Começou a ser realizada no ano de 1969 e teve a sua última edição em 1997. Esta Maratona teve ao longo de 28 edições a participação de grandes nomes do atletismo de estrada Holandês e com a participação de muitos estrangeiros depois dos anos 80. Por curiosidade aparece na classificação no ano de 1983 o atleta Português Renato Graça ( 9º classificado com 2:19:16). Este ano de 2014 foi reeditada a realização da 29ª edição, dado que a localidade de Maassluis ( localidade da partida e da chegada da WestlandMaraton) está a comemorar 400 anos da sua existência, e foi pretexto dos organizadores para relançarem esta maratona. Este interregno deve-se à proximidade de Maassluis a Roterdão, que com a sua enorme máquina veio “matar” esta maratona popular.
A
organização teve a aderência de 1040 atletas ( 390 na maratona e 650 na
meia-maratona) , sem a presença de nomes sonantes do atletismo de estrada,
tanto nacionais como estrangeiros. Esta foi uma edição bem popular e que gostei
de participar sem aquela massa de atletas. Uma grande particularidade desta
maratona é que a mesma é toda feita numa região rural, onde a deslocação de
localidade em localidade é feita através de campos verdejantes, entre canais, moinhos
típicos, um cheirinho de estrume de vaca , onde os patos os cisnes com os
filhotes e as vacas são os teus acompanhantes e te suportam. Mas estava muito
público a assistir, tanto nas localidades, ou junto das suas casas fora das
dessas localidades e dava um ambiente muito bom para quem estava a participar.
Com uma
temperatura amena, pelas 11:30h foi dada a partida. Eu estava entusiasmadíssimo
para ver como corriam os meus primeiros 5 km, depois de duas semanas com a
lesão na anca e de 3 visitas ao fisioterapeuta. Correu muito bem e fiquei com
boas expectativas. Fiquei a rolar naquele ritmo e fui fazendo blocos de 5 km
abaixo dos 25 minutos e passei na ½ maratona com 1:40:49. Opáhh!! Isto é muito
bom, mas será que não estou entusiasmado demais ?!, perguntei eu para os meus
botões.
Deixei ir baixei ligeiramente o ritmo, fiz contas de cabeça e pensei, se eu perder 30 segundos por cada quilometro baixando o ritmo, poderei fazer 1:50:00 na próxima meia, estarei próxima das 3:30:00 no final. Até aos 28 km foi tudo dentro do que estava a programar, só que...só que...a virilha começou a ter dor...que foi aumentando gradualmente, e no contacto do pé com o chão dava uma dor muito forte. Baixei muito o ritmo, tentei recuperar a ver se ultrapassava o problema, mas a dor constante persistia. O calor começou a fazer-se sentir, muito mas mesmo muito quente para correr uma maratona, nada melhor que aproveitar tudo, água, isotônico, gel, esponjas, as sombras do percurso, tudo mesmo.
Deixei ir baixei ligeiramente o ritmo, fiz contas de cabeça e pensei, se eu perder 30 segundos por cada quilometro baixando o ritmo, poderei fazer 1:50:00 na próxima meia, estarei próxima das 3:30:00 no final. Até aos 28 km foi tudo dentro do que estava a programar, só que...só que...a virilha começou a ter dor...que foi aumentando gradualmente, e no contacto do pé com o chão dava uma dor muito forte. Baixei muito o ritmo, tentei recuperar a ver se ultrapassava o problema, mas a dor constante persistia. O calor começou a fazer-se sentir, muito mas mesmo muito quente para correr uma maratona, nada melhor que aproveitar tudo, água, isotônico, gel, esponjas, as sombras do percurso, tudo mesmo.
Aos 35 km
já me arrastava, e então pensei, vamos trotear e chegar à meta final, porque
nada mais saboroso é terminar a prova. E lá fui a trote, todos passavam por
mim, passei alguns piores do que eu, que iam a passo, paravam, descansavam, e
eu a trote muito lento.
Ainda deu para brincar uns metros antes
da meta, o speaker anunciou o meu nome, o presidente da câmara foi-me cumprimentar, a música estava bem festiva, e terminei
a dançar com 3 horas 54 minutos e 55 segundos. Entre 336 que finalizaram a maratona
classifiquei-me na 167ª posição.
Uma alegria
de ter terminado a minha 9ª maratona.!!! E tive muito prazer de participar
nesta maratona especial “meti na cabeça, e tive que a concretizar”. No final
não estava a Amélia, pois foi participar no Royal Ten 10 km, mas na cidade de
Haia .
A Amélia
gosta muito de fazer a prova do Royal Ten . São 10 km na cidade de Haia, e com
passagem pelo lindo bosque onde está a Residência oficial do Rei da Holanda (
até ao ano passado era da mãe ). É uma prova com cerca de 3.000 atletas ( nas
várias distâncias) onde a prova rainha são os 10 km. Há hora que foi dada a
partida ( 14;30 h) estava muito quente e os atletas tiveram alguma complicação
com a temperatura. A Amélia teve também essa complicação mas, conseguiu um
resultado que é dentro do que tem vindo a fazer
58minutos e 53 segundos.
Um domingo
cheio de atividade desportiva. Foi muito bom...!!
2 comentários:
pois Xavier...2 Maratonas com tão pouco tempo de intervalo... não somos de ferro, ao contrário da nossa vontade que até pode ser, mas a máquina dá os seus sinais...
De qualquer forma, é mais uma para o currículo! Parabéns!! E agora é tratar dessa lesão como deve ser!
E pelo que descreve...parece-me ser uma Maratona muito bonita, especialmente bonita tendo os atletas por "companheiros" os "campos verdejantes, entre canais, moinhos típicos, um cheirinho de estrume de vaca , os patos os cisnes com os filhotes e as vacas..." :) este é um cenário que me agrada imenso!
E a Amélia...parabéns também para ela pela sua prova.
Deve ter sido uma prova muito gira de se fazer, bem que o calor não ajuda mesmo nada
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