Dia 12 de
Abril, foi mais um dia magnífico que tive na minha atividade desportiva. Fazer
a minha 5ª maratona consecutiva de Roterdão e na totalidade já vou na 11ª maratona,
desde que em 2010 decidi partir para estas fantásticas “aventuras”.
Passei um período
muito bom de treinos, desde janeiro, sem lesões, sem dores nas costas, sempre a
treinar conforme o plano que idealizei de 12 semanas. Fiz uma série de provas
com tempos muito bons e então nada melhor do que tentar fazer um bom resultado.
Em 2014 2:32:08, deixava-me para este ano pouca margem para tentar melhorar
muito esse resultado. Um ano mais velho, pesa sempre alguma coisa, mas pode-se
sempre tentar.
Este ano
tínhamos a companhia de Henriqueta
Solipa, que veio de Portugal dar “asas” à sua capacidade desportiva e provar aquilo que eu considero o melhor
público e a melhor maratona do mundo. Mas quem sou eu para considerar isto?!!,
é aquilo que eu gosto, e gostos não se discutem. Até que eu não tenha opinião
contrária, esta será sempre para mim a maratona que tenho mais carinho.
Do meu
grupo de treino éramos três a fazer a maratona, o um colega era a primeira vez
a sua maratona. Foram cerca de 700 km que fiz em 12 semanas, entre provas e
treinos, e queria disfrutar na ponta final deste percurso. A temperatura estava
mais ou menos agradável, com 11 graus na partida e com a previsão de chegar aos
15/16 graus e com sol, era excelente para o ambiente e para os atletas.
A
tradicional partida (esse ano com 3 ondas distintas), é sempre um momento de
grande felicidade, é a festa do atletismo de estrada no seu expoente máximo. A
primeira passagem na Erasmusbrug, onde os barcos lançam jatos imensos de àgua e
estão milhares de pessoas a assistir é algo fascinante. Os primeiros 5K num
ritmo muito bom, abaixo dos 25 minutos dão-me energia. Logo de seguida encostam-se
a mim os “pacers” das 3:30. Maravilha, vou com eles e passei a ½ maratona com
1:43:07 , começa-se a fazer contas, mas acima de tudo não usar a cabeça para
fazer as contas, mas também ter a consciência dos sinais que o corpo nos vai
dando. Aos 29 km lá estava a Amélia e a minha filha Natacha, a minha irmã e os
meus pais, que pela 1ª vez me viram na maratona!! A “vitamina” estava tomada,
continuo na perseguição dos meus “pacers”, mas quando foi o abastecimento após
os 30K, eles soltaram-se de mim por uns 30 metros. Nada mau, fui na cola deles
até aos 34K e senti que o organismo me dizia para eu baixar um pouquinho,
porque a ponta final estava para vir. No abastecimento após os 35K foi altura
de os deixar ir embora, mas sempre de olho no balão azul. Fugiram umas dezenas
de metros, entre 100 a 150 mas de vez em quando lá via o balão, e era sinal de
que tudo comigo estava mais ou menos bem, mesmo com uma ligeira quebra, aos 40K
último abastecimento e aumentei ligeiramente o ritmo apesar de ser a subir. Aos
41K lá estava de novo toda a família e recebo uma bandeira Portuguesa, que a
levei bem erguida durante o último km e onde escutei milhares de vezes a
palavra Portugaaaallllll, foi mágico este momento, deslizante até à meta instalada
na Coolsingel . A minha 11ª maratona estava pronta 3:29:39 é o meu novo recorde
pessoal.
Depois foi
o retomar de energias, a espera da reunião familiar, encontro vários colegas e
amigos, e aguardávamos com muita anciã pela Henriqueta, que tinha tido
problemas antes da maratona e a condição física não era a melhor, mas ela
cumpriu o seu desejo e chegou ao final da maratona de Roterdão, muito
emocionada....!!
Esta foi a
minha história, de uma maratona muito especial para mim. Roterdão tem algo de
especial comigo e se tiver saúde quero arredondar o número de 5 participações
para 10, e não tenho mais nenhuma ambição, terminar mais 5 maratonas de Roterdão,
só faltam 5 anos!!!
Mas tudo
isto só é possível, quando se tem uma mulher que merece todo o meu respeito. A Amélia
tem-me apoiado sempre, durante os longos períodos de treinos e de provas, e ela
merece sem dúvida este meu novo recorde pessoal, pois sem ela eu não o teria
feito.
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